Como eu não conquistei meu namorado!

Que é vivo sempre aparece né gente?! Aí que a Cris, que escreve aqui no blog de vez em quando, mandou essa história linda tem uns 2 meses e eu claro, acabei enrolando e demorando para publicar! A demora vale a pena, acreditem! Beijos, Dani Garlet

 

Como eu não conquistei meu namorado!

“Cara legal de cabelo comprido.” Esse a quem me refiro não é meu ex, nem atual namorado. Esse “cara” sou eu. Não, essa não é uma história sobre mudança de sexo, é a história de como eu não conquistei meu namorado. Confuso? Eu explico.
 

Minha vida e personalidade se dividem em dois principais períodos: a Cristine moralista e ajuizada demais de uma cidade pequena da Serra Gaúcha e a Cristine que ficou mais relax, tatuada e meio maluca depois de morar por quase dois anos em Floripa. Acho que eu não preciso explicar melhor né? A Ilha da Magia ter esse apelido não é por mero acaso.

Quando voltei pra minha terra natal, essa mudança toda não passou despercebida pelos amigos de infância. O fato de me comportar, falar, beber e jogar vídeo game como um menino atiçou toda a criatividade do Evandro, que me deu o genial apelido: cara legal de cabelo comprido. Considerei um elogio, mas meu excesso de “parceria” tinha saído pela culatra – aquilo era um aviso subentendido de que nenhum cara do grupo seria um possível ficante, uma vez que eu também era considerada um “cara”. Aff

 

Quando você é uma menina e é incluída no grupo dos “caras”, você tem duas opções: ou você se conforma que já é praticamente uma carta fora do baralho deles, ou você simplesmente aceita isso, se diverte e aproveita pra conhecer um pouco mais do universo dos machos. E é aí que a história começa a ficar engraçada.

Um dos caras do grupo- o Evandro, justamente aquele que me deu o apelido – solteiro convicto como eu, um dia veio dizer que estava a fim de ficar comigo. Minha reação foi deveras original: tive um ataque de riso. Mas claro, fiquei com ele. E uns seis meses depois desse episódio, ele perguntou se eu queria namorar com ele. Minha reação fez jus ao meu apelido, eu disse: “Tu ta falando sério?” e, claro, duvidei da sanidade dele.

Hoje, somamos uns seis meses de “brincadeira” e três de namoro. Ele é lindo, inteligente, saradinho e divertido. Não implica com meus amigos (afinal, são os dele também), não me enche o saco quando quero fazer mais tatuagens (porque ele tem três) e não fica enciumado quando eu trabalho como DJ (porque ele ama balada).

 

 

Às vezes me pergunto o que um cara desses faz com uma menina meio doida, que sempre reclama que está gorda, que raspa parte do cabelo, usa tênis na balada, sabe jogar futebol e lutar melhor do que ele. Ainda tenho medo que, um dia desses, ele acorde do devaneio e vá procurar uma menina mais gostosa do que eu, que prefira bronzeamento a tatuagens. Mas aí me lembro que antes de namorado ele era um grande amigo que, como todo amigo, conhece meus defeitos e manias, e mesmo assim quis ficar comigo. Acho que eu só o conquistei porque realmente não estava tentando fazer isso.

Não estou dizendo que tenho uma fórmula mágica, nem que sou um exemplo de mulher – até porque meu apelido não é lá muito feminino. Mas eu mesma nutria o pré-conceito de que ninguém ficaria comigo simplesmente porque eu era diferente do modelo “ideal” e, assim como muitas mulheres, não tinha percebido que esse “diferente” podia ser o ideal para alguém. E acho que é aí que mora o segredo: quando paramos de tentar agradar a gregos e troianos e aprendemos a conviver com as partes peculiares e engraçadas da nossa personalidade é que surge, do nada, aquela pessoa que se sentiu atraída justamente por essas peculiaridades.

 

Mulheres- e isso serve pra mim também: parem de se preocupar tanto com maquiagem, porque, inevitavelmente, o cara vai te ver sem ela algum dia. Parem de se preocupar tanto com o frizz no cabelo porque uma das coisas mais divertidas pra se fazer a dois sempre nos deixa descabeladas. Parem de fazer qualquer coisa que não esteja de acordo com o que você é, porque um dia o cara vai descobrir que aquilo não faz parte de você.

As pessoas mais especiais da nossa vida são aquelas que nos querem por perto, mesmo sabendo de todos os nossos defeitos. E como diz o Evandro, sabiamente: “Eu já comprei o pacote sabendo de tudo que vinha dentro – até das partes ruins.”


“Muitas opções e pouco foco.
Essa sou eu… 
Até descobrir, por fim, pra que lado vou..”.
A Cristine Hansen é uma consultora de moda e estiloapaixonada por música e vocês vão acompanhar as aventuras dela aqui no blog!
A Cris comanda o http://praqueladovou.blogspot.com/! 

7 comentários

  1. Hááá que texto bacana de se ler as 07:45 da matina.
    Serviu para eu começar o dia com o pé direito e, realmente a auto-aceitação é a coisa mais importante para qlqr ser humano da face desta terra. Pra quê ser incongruente com você mesmo se no final, é da verdade que as pessoas gostam? Sim, porque foi sendo você mesma e verdadeira que sem querer conquistou seu amor *_*

    Adorei o texto.. muito bacana a reflexão ;* bjs!

  2. Patricia Schappo
    Muito bom o texto e concordo em número, genero e grau que
    devemos ser nós mesmo sempre, sem teatro, bjosss
  3. Cristine Hansen
    Obrigada queridas leitoras! se tiverem sugestões pra novos assuntos, é só avisar! 😉 bjs
  4. Paloma
    Gostei! e isso me faz lembrar de quando nao estou arrumada como “achava” que deveria estar para meu namorado,ele chega e diz que estou linda! rsrs (não sei se é verdade) mas as vezes me arrumo toda pra ele e ele nao tem essa mesma atenção de quando eu nao me arrumo! Acho que temos que nos aceitar e parar de se preocupar com que os outros vão pensar!
  5. tati port
    Adoro os textos da Cris !! E é bem assim mesmo .. quando vce relaxa, e começa a ser você mesma, parece que as coisas dão mais certo ainda !

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